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Beatriz Abilio de Souza

“Criando e Lacrando com Diversidade”

Aconteceu no dia 20 de outubro de 2020, o evento “Criação, Comunicação e Diversidade: Perspectivas Decoloniais”. Originado pela união dos projetos “Dissemina: Perspectivas Afrocentradas de Raça e Gênero na Comunicação e na Cultura”, “Vozes dissonantes na Comunicação e na Cultura” e Laccri - Laboratório de Comunicação, Criação Digital e Inovação, sua transmissão foi feita totalmente de forma online, devido à pandemia da Covid-19, e atingiu mais de 200 visualizações no YouTube.


O evento, que fez parte da Agenda Acadêmica da Universidade Federal Fluminense (UFF), foi dividido em três linhas - exposição, debate e sarau-, sendo a abertura a apresentação da exposição “Criando e Lacrando com Diversidade”, pela aluna, expositora e parceira Isabela Evaristo. Enfatizando o debate sobre temas como diversidade e representatividade, a mostra organizada pelas professoras de Comunicação Social da UFF, Lua Inocêncio e Geisa Rodrigues, exibiu trabalhos de alunos de Comunicação Social dos últimos dois anos.


O projeto reúne, em sua maioria, trabalhos que abordam questões de raça, gênero e diversidade de forma criativa e autoral. A prévia da exposição mostrou nove trabalhos que levantam diversos questionamentos acerca dessas questões, e promovem uma desconstrução de reflexos dos valores hegemônicos, a saber, brancos, conservadores e heteronormativos, na comunicação e nas artes. A mostra foi a primeira do projeto Laccri, e tem como proposta principal estimular outras formas de criação, sob um olhar descolonizado.


Os trabalhos apresentados na exposição foram selecionados a partir das suas qualidades e afinidade com a temática, principalmente. “A gente quis, basicamente, expor, registrar e levar para fora da universidade. Foi um trabalho super legal que os alunos fizeram, e a gente percebe que já ali já há esse potencial de articular, de pensar em formas de comunicação alternativas, e de questionar também os formatos anteriores. Então a gente queria colocar isso pra fora e registrar”, explica Geisa.





Trabalho “Tem presença em mim” Autora: Letícia Oliveira. Fotografia: Yasmin Oliveira

"Tem presença em mim" apresenta mulheres que transformaram seus corpos em um ato através dos seus pêlos.



Diante da pandemia do coronavírus, realizar a exposição se tornou algo ainda mais desafiador. Uma das idealizadoras conta ainda que ponderou o fato de ser uma apresentação totalmente de forma online, para a sua montagem. “O fato dela ser online acabou pesando. Nós tínhamos trabalhos ótimos que não se encaixavam tanto no formato de exposição online, apesar de em geral, a maior parte dos nossos trabalhos ter esse perfil. O nosso curso já tem uma aderência muito grande com o online, mas isso determinou também a escolha”, ratifica a docente.


Geisa ainda destaca que o maior desafio de ser um evento online, é fazer com que as pessoas acessem e circulem na exposição disponível através de links, e por isso é extremamente necessário gerar interesse nas pessoas. “Nós perdemos aquela sensação que a pessoa tem ao se deparar com a imagem ampliada. Por exemplo, se eu fosse fazer aquela exposição no saguão do IACS as pessoas que circulariam seriam impactadas pela imagem, e fatalmente, as pessoas estariam participando da exposição”, completou.



A professora conta que gostaria de evidenciar que a exposição é um sintoma de que vários alunos já começam a assimilar muito bem esta lógica de abordagem, não só pelas escolhas temáticas, mas também pelo formato de abordagem. “Nós queríamos que de alguma forma o evento como um todo servisse para abrir um espaço de reflexão sobre raça e diversidade e sobre a importância de se pensar comunicação de uma forma decolonial”, acrescenta. Ademais, a docente destaca que a comunicação se tornou algo engessado em relação aos formatos narrativos anteriores, e por isso é necessário tentar encontrar novas formas de trabalhar a comunicação, a partir de outras perspectivas.



Trabalho “Permita que eu fale” Por: Ana Luiza Aquino, Deborah Ferreira, Stéphanie Marchuk e Ramon Santos

​“Permita Que Eu Fale” é uma campanha-manifesto que propoõe levar informações às pessoas cis de maneira correta e trazer visibilidade para a comunidade trans.


O Dissemina e o Laccri são dois projetos que possuem vários pontos em comum e buscaram reunir forças nesta iniciativa. A proposta do evento no qual a mostra está inserida, foi desconstruir antigas narrativas e propor novas formas de pensamento e expressão, a partir perspectivas diversas de abordagem, de forma a romper com o conservadorismo ainda latente na comunicação contemporânea. A exposição ficará disponível todo o mês de novembro no site do Projeto Dissemina. O vídeo do evento completo está disponível no YouTube. Para conferir, basta clicar nos links abaixo.








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