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Dissemina UFF

Dani Balbi no IACS: um debate sobre comunicação política e militância

Por Luan Scanferla

Imagens: Equipe Dani Balbi

Da esquerda para a direita, Carlos Trancoso, Dani Balbi e Matheus iniciando o debate.


No último dia 25 de outubro, a deputada Dani Balbi esteve presente na Universidade Federal Fluminense, em Niterói, Rio de Janeiro. Ela participou do debate "Comunicação política e militante: práticas de uma campanha vitoriosa", que ocorreu no prédio do Instituto de Arte e Comunicação Social (IACS). Dani Balbi é a primeira deputada transexual da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), eleita neste ano com 65.815 votos, pelo Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Além disso, é a primeira professora trans da Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde se formou em Literatura.


Entre os assuntos abordados, Dani contou um pouco de sua trajetória na militância de esquerda, também dos desafios e conquistas de sua campanha vitoriosa na última eleição. Ela ingressou na militância estudantil aos 18 anos e desde então vem lutando, principalmente, para a expansão e popularização das universidades públicas no Brasil.


Durante o debate, a parlamentar enumerou as dificuldades e a forte oposição que sofreu durante todo o seu caminho como militante, mas nunca deixou de lutar por suas causas e ideais. Uma de suas principais lutas foi pelo ingresso e a permanência de minorias na universidade pública, por meio de auxílios e melhorias na estrutura das faculdades, como o aumento do número de restaurantes populares, melhora nas moradias e no serviço de transporte de estudantes.


Em relação à sua carreira política, Dani relatou que recebeu um convite para uma candidatura coletiva nas eleições de 2018, em meio ao seu doutorado. A deputada declinou a oferta de início, mas não conseguiu negar suas raízes na militância e logo aceitou a proposta. A candidatura, com poucos recursos financeiros, contou com muita mão na massa voluntária e conquistou mais de 10 mil votos naquela eleição. Considerando as inúmeras adversidades, ela considera o resultado satisfatório


Estratégias de comunicação para uma campanha vitoriosa


Já na última eleição, Dani foi a grande aposta do PCdoB para o pleito e contou com uma candidatura mais estruturada em relação à anterior . Suas redes sociais foram o principal canal de comunicação com o seu eleitorado, um espaço de debate e expressão de opiniões coletivas. "O meu Instagram sempre foi um espaço de disputa política e de apresentação de opiniões frente às dificuldades enfrentadas", afirmou a deputada e continua "eu, enquanto militante, tinha a obrigação de fazer das minhas redes um instrumento a serviço da conquista da conscientização da classe trabalhadora”.


Luiza Arruda falando sobre as estratégias de comunicação da campanha política de Dani.


Ela relatou que a sua candidatura foi totalmente coletiva, com contribuições de pessoas de diversos grupos sociais e que os posicionamentos e decisões do partido são sempre únicos, construídos de forma coletiva. Segundo a deputada essa forte marca de seu partido foi muito importante para sua campanha, que procurou manter uma linha editorial sempre bem definida e alinhada às diretrizes do partido. "Ser comunista facilitou no processo da comunicação", afirmou Luiza Arruda, assessora de Comunicação de Dani.


Para dar certo, a comunicação foi planejada e produzida principalmente por jovens integrantes de movimentos sociais. Ela destacou, por exemplo, sua assessora que milita com Dani há mais de 5 anos. Em relação ao recorte de sua campanha, Dani apontou que seus diferenciais seriam fundamentais para alcançar o maior número de pessoas possíveis com sua fala, tendo como foco principal a classe trabalhadora, considerada por ela a verdadeira maioria, e as minorias pelas quais ela sempre lutou. O fato de ser uma mulher negra, comunista, periférica, que luta pela classe trabalhadora a elevou a um patamar nunca antes conquistado por uma mulher transexual


O debate foi finalizado com uma sessão de perguntas, na qual a plateia pôde fazer algumas perguntas para a deputada e sua assessora. Neste momento, Luiza destacou que a parte visual da campanha de Dani foi baseada na estética do litoral oeste africano e da filósofa e escritora estadunidense, Angela Davis, utilizando cores como o roxo e o amarelo. Além disso, declarou que a vivência da deputada na política durante toda a sua vida foi fundamental para legitimar o discurso e ampliar o alcance da campanha. Em meio a uma de suas respostas, a assessora afirmou “a Dani é apaixonante!" e essa característica também foi usada em favor da campanha.


Dani abraça Matheus, um dos mediadores do debate.


Dani Balbi falou ainda sobre a importância da presença e influência negra e LGBTQIA+ na produção audiovisual nacional e sobre a grande opressão sofrida pelos movimentos estudantis ao longo de toda a história destes movimentos, mesmo com todos os percalços na luta por ampliação e democratização dos espaços universitários. Um momento marcante do debate foi a afirmação de que Dani lutará pela reserva de vagas para pessoas transexuais.


Luiza destacou que as pessoas interessadas em trabalhar na área devem sempre se manter conectadas de alguma forma ao meio, estando presente na militância diária, oferecendo serviços voluntários no início, para se tornarem conhecidas e serem lembradas no mercado.


Segundo participantes, o compartilhamento com Dani Balbi e Luiza foi importante tanto para desenvolvimento profissional quanto pessoal e os deixou ansiosos para as próximas atividades do Projeto Dissemina. Continuem acompanhando nossas matérias e publicações nas redes sociais para ficarem por dentro da nossa agenda e participarem das nossas programações.


Alguns participantes do eventos posam com Dani para a foto de encerramento.


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